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Movimentos de favelas organizam plano de ação e reivindicam compromisso público no Rio de Janeiro

Numa iniciativa que envolveu ativistas das pelo menos cinco comunidades espalhadas no território do Rio de Janeiro e pesquisadores das áreas de Saúde Coletiva; Direitos Humanos e Ciências Sociais, foi lançado na manhã de 1º de Maio o Plano de Ação Covid nas Favelas do Rio de Janeiro: uma catástrofe a ser evitada.

A ação foi capitaneada por Richarlls Martins e Cunca Bocayuva, docentes do do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NEPPDH/UFRJ); Luciana Correa Lago, docente do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES/UFRJ) e Marcelo Burgos, docente do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (DCS/PUCRJ) juntamente com as lideranças Eliana Sousa, coordenadora da Rede da Maré; Itamar Silva, articulador social do Dona Marta; Magda Gomes e Leandro Castro, coordenadores do A Rocinha Resiste; Alan Brum, secretário executivo do Instituto Raízes em Movimento e Vivi Salles, articuladora da Frente CDD contra a Covid-19.

“Esse foi um trabalho emergencial construído nos últimos 10 dias, para o qual nos reunimos até aos domingo e diariamente. O Plano apresenta ações que devem ser desenvolvidas pela gestão pública, em colaboração com universidades, instituições de pesquisa e sociedade civil para mitigar o alto impacto do coronavírus nas favelas” explica Richarlls Martins.

O evento virtual reuniu mais de 50 participantes, com a apresentação da sistematização e entrega do documento a autoridades da gestão, como Roberto Pozzan, Subsecretário Estadual de Saúde; Bruno Kazuhiro, Secretário Estadual de Infraestrutura; Leonardo El Warrak, Subsecretário Municipal de Saúde; das instituições de ensino e pesquisa, como Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz; Frederico Leão Rocha, vice-reitor da UFRJ; Augusto Sampaio, vice-reitor para Assuntos Comunitários da PUC-RJ; Ricardo Lodi, reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); de entidades científicas e sindicais, como Gulnar Azevedo, presidente da Abrasco; Lígia Bahia, secretária regional do Rio de Janeiro da SBPC; Waleska Antunes, secretária-geral do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro; entre outros.

O plano é composto por três dimensões – prevenção; assistência e ação social. Em particular na assistência, reivindicam polos de atendimento exclusivo para as comunidades e espaços para a assistência assistida, e tem como fundamento a criação de um gabinete de crise específico e dedicado ao controle da Covid-19 nas comunidades, composto pelo Estado e município do Rio de Janeiro, mais sociedade civel e os movimentos autônomos e originários das comunidades.

Para Richarlls Martins, a adesão integral de todas as autoridades públicas presentes no Ato virtual sinaliza a gravidade do quadro sanitário. “A articulação desta rede social-científica possibilitou produzir e entregar para a gestão pública esta contribuição central para o enfrentamento da pandemia em nosso estado para regiões e populações que demandam monitoramento urgente. Estaremos atentos aos compromissos assumidos peles entes públicos nesta manhã” completou. Em matéria à Rede Globo, Magda Gomes foi enfática: “É preciso que haja um projeto específico que atenda as demandas das favelas, principalmente no que diz respeito ao isolamento social e às condições para que as pessoas sejam atendidas em relação ao coronavírus. Acesse o plano.

Fonte: Portal Geledes